The Gapvoid conta a história de Black, um contrabandista intergalático que está em apuros, tentando entregar uma encomenda muito especial.
Este foi o primeiro curta produzido pela Setor 29 com “atores”. No caso uma pessoa em frente as câmeras, o próprio diretor Gio Vieira, que não é ator, mas resolveu fazer todas as etapas de produção, para aprender na prática como se faz um filme com atores.
A equipe de um homem só
O ano era 2016 e Gio Vieira queria muito aprender como fazer um filme na prática. As faculdades de cinema eram caras e demoradas, então ele teve a ideia de aprender como se faz um filme, fazendo um por conta própria.
“Um dos objetivos do curta era aprofundar os meus conhecimentos nas áreas de produção cinematográfica, por isso resolvi fazer todas as etapas. Não consegui imaginar nada mais prático (e divertido) do que isso. ” diz Gio Vieira.
Desafios e restrições
O orçamento era zero, o equipamento disponível precário e ainda assim ele estipulou 3 regras para intensificar a experiência de aprendizado:
Regra 1 - Fazer todas as etapas
Como dito, ele deveria fazer todas as etapas de produção. Assim, poderia experimentar as dificuldades e desafios de cada etapa do processo. Segundo ele, como não era ator, filmava a mesma cena diante da câmera várias e várias vezes até que eventualmente saísse algo não vergonhoso.
Gravava a mesma cena várias e várias vezes até não parecer ridículo.
Regra 2 - Sem computação gráfica
Apesar da grande quantidade de efeitos especiais, não usaria modelos 3D (computação gráfica). Tudo no filme precisaria ser montado fisicamente, filmado, fotografado ou desenhado à mão no computador. Inclusive, o computador seria usado “apenas” para juntar os elementos filmados, formando a composição final.
Miniaturas usados no filme
Modelos durante a filmagem - estrutura bem precária
Segundo Gio, o uso de computação gráfica não ajuda tanto no aprendizado de algumas etapas de produção. Como é uma contrução totalmente virtual, na computação gráfica, acaba-se chegando, com frequencia, a resultados avançados de maneira muito rápida, o que as vezes gera resultados genéricos e pula partes importantes do aprendizado, como trabalhar a iluminação, fotografia, escolha de ângulos, manipulação e configuração do equipamento etc. Ao optar por um ambiente mais restrito, a ideia era obrigar a pensar mais em cada cena para contornar cada obstáculo e assim aprender no processo.
Regra 3 - Música clássica
A última regra era a trilha sonora, que devereia ser composta por músicas clássicas em domínio público. Ao trabalhar com músicas que já existem, isso também o forçaria a pensar mais na edição, porque as cenas precisariam encaixar na música, gerando muito aprendizado nas etapas de pós-produção.
Segundo ele, esta abordagem das 3 regras deu super certo:
“Quando tudo termina e você pode finalmente sentar e assisitr o filme do início ao fim, a gente já não é mais a mesma pessoa. A sensação de missão cumprida e a vontade de produzir o próximo filme leva você a um caminho sem volta. ”
O resultado você confere na íntegra, no começo dessa página.